Encontro de negócios.

Olá pessoal, desejo-vos um natal maravilhoso e um excelente ano novo de 2024, apertem os cintos que os gurus dizem que o ano novo vai ser DIFICIL para todos. Deixo-vos um “ conto “ na tentativa de vos alegrar. Vergonha, neste momento o que sinto por mim é vergonha. Hugo olhou-se novamente ao espelho enquanto desfazia a barba. 33 anos, até emigrado em londres esteve, atrás do sonho, a tirar cursos e a trabalhar. Já faltava pouco, não podia fraquejar tinha já poupado quase todo o dinheiro para encenar o seu espetáculo de danças e contradanças, assim se ia chamar. Raios, sem saber bem como, tinha ficado a dever às finanças e não queria mexer nas suas sagradas poupanças... Era agora ou nunca desde os 4 anos que dançava, 1º no bale, depois uma lesão aos 25 anos levou-o para outros caminhos, dança contemporânea, um flamenco adaptado, hip hop. Era um mestre na dança, dava aulas, mas o parco salario não permitia poupar muito. Então entrou nesta aventura de se inscrever na mansão da Madame X (antigo twitter) como acompanhante de luxo. Ele nem sabia que havia homens a fazer tal coisa...Vergonha neste momento o o que sinto por mim é vergonha. Verónica pousou o pincel do blush, estava perfeita. Mas não se ia encontrar com o príncipe encantado, mas sim com um acompanhante de luxo pago a peso de ouro. Ela foi bem clara com Madame X, nada de envolvimento sexual, tem de ser vistoso e falar inglês de preferência homossexual... Mas que maçada, quem diria que os marroquinos faziam questão de conhecer o namorado que não existia. De facto era um casal de idosos conservador. O convite era claro: Teremos o prazer de ouvir a sua proposta de aquisição, às 20 horas no restaurante do hotel, por favor traga o seu companheiro... Pois mais essa, há muito tempo que Verónica de 33 anos não sabia o que era namorar. Só tinha tempo de administrar a sua pequena empresa de limpeza, orientar os irmãos mais novos. A tudo limpa, estava prestes a levantar voo até Marrocos é um mercado barato, com muitos hotéis. Mas este jantar podia por tudo a perder. Olhou para as horas assustou-se, pegou nas chaves do mercedes alugado, sim ela só tinha as carrinhas com vassouras pintadas e esponjas coloridas. Desceu e respirou fundo, tinha combinado que o rapaz estaria no Saldanha á sua espera, o código era fato azul escuro lenço amarelo no bolso............................................................... Entre, entre, antes que seja atropelado. -Olá eu sou a verónica, como se chama? -Hugo, sou o Hugo. -Ah ok Hugo é o seguinte: Eu sou uma pequena empresária do ramo das limpezas, preciso que você fale pouco e quando lhe perguntarem por negócios diga: A minha companheira é que sabe, porque a empresa é dela. -Sabe falar inglês? -Perfeitamente estive emigrado em londres 5 anos. -Ótimo, ótimo, eu quero entrar no mercado Marroquino mas é fechado e conservador pelo menos para as mulheres sozinhas, por isso vou leva-lo comigo. Para não ficarmos constrangidos com a situação vamos tornar a noite agradável você ganha um jantar; Aqui tem um envelope acho que chega para um jantar chique, faz de conta que é você a pagar. As outras contas é com a Madame X. Mas estava a dizer você ganha um jantar e eu ganho a tuttilimpa. Hugo ia falar mas a mulher nervosa não se calava, por isso ele agarrou o dinheiro e ouviu. -Chegamos Hugo, temos que ir de mãos dadas, tudo á séria, á é verdade estique o seu anelar direito, por favor. -Está um pouco larga mais vai ter de servir, era do meu irmão sabe, terminaram o noivado e assim aproveita-se... O jantar foi um sucesso a compra ficou praticamente estabelecida, Verónica ficou a saber que a sede da tuttilimpa tinha um pequeno apartamento por cima que daria para o casal ficar quando fosse a Marrocos, ou seja ela... Grata por Hugo ser tão cavalheiro, mandou vir uma garrafa de champanhe para celebrar, estava segura pelo aspeto de Hugo que seria gay... Falaram riram, até que a carranca dos empregados mostrou que eram horas de partir. Verónica ficou a saber a estória de Hugo a sua vontade em por de pé 5 acuações de “contradanças” uma para pessoal amigo, para a qual ela foi logo convidada, os outros espetáculos marcariam o fim da carreira de Hugo nos palcos... Verónica contou-lhe praticamente toda as sua vida, a morte dos pais num acidente de moto. Com 23 anos ficou a cargo dos irmãos, acabar o curso de gestão. O pai tinha um bom seguro de vida, e esse dinheiro foi a rampa de lançamento da tudo limpa, assim como assim ela sempre tivera a mania das limpezas... Ficaram amigos, trocaram Nº de telemóvel e esqueceram-se de Madame X, e de o facto de Hugo estar ali a ser pago. Mas uma vez paga a divida ás finanças Hugo não teria necessidade de trabalhar mais nessa área...Tivera muita sorte a noite tinha sido muito agradável ele não queria arriscar... Seis meses depois eram os melhores amigos. Hoje era a grande noite Hugo ia finalmente ter o seu primeiro espetáculo para familiares, amigos jornalistas influencer s. Era o fim dos palcos, mas continuava a dar aulas e agora fazia uns biscates na tudo limpa a lavar vidros em cima de andaimes. A Verónica estava linda de vermelho ele ficou mais nervoso, a atuação foi um estrondo. No final Hugo chamou Verónica ao palco. -Pessoal quero apresentar-vos a minha amiga Verónica. Nisto ajoelhou-se. –Verónica queres ser mais que minha amiga ? Queres ser minha namorada? Verónica abriu a boca de espanto e disse:- Mas tu não és gay? Foi uma risota total, com aplausos á mistura. -Eu aceito mas olha se isto é o pedido de namoro o de casamento vai ter de ser de arromba...BEIJÓCAS LAROCAS DA VOSSA SISSI...

Task master.

Olá pessoal, tudo bem? Espero que se encontrem saudáveis; Atenção que o covid-19 ainda anda por aí. Não se deixem apanhar sejam prudentes. Terminou mais uma temporada do Taskmaster e já estou com saudades. Eu admiro o Nuno Markl á resmas de anos, alias tenho os 3 livros da caderneta de cromos quando alguém se aproxima deles na tentativa de os pedir emprestados eu rosno...Uma vez á atrasado (expressão muito em voga) pediram-me para levar para o trabalho algo que fosse importante para mim, íamos trabalhar no feriado. Mas o chefe sabendo que havia pouco que fazer, organizou uma daquelas dinâmicas de grupo para unir o pessoal. Então eu levei o 1º livro da caderneta de cromos. Quando os meus colegas viram, olharam para o livro como se fosse um elefante a surfar, com toda a estranheza e curiosidade, misturadas com o horror de tal cena... -Trouxeste um livro? Perguntou o meu chefe. -Qual foi a tua ideia? Ao qual eu respondi:-Trouxe, mas este não é um livro qualquer, este livro é um baú de recordações, vamos á procura da sua, pode ser? Só sei que meia hora depois uma série de cabeças reunidas riam e contavam estórias relacionadas com as crónicas. Vários pediram-me o livro emprestado mas como provavelmente viram os meus dentes a crescer e os olhos a chisparem labaredas afastaram-se de mansinho... Emprestar livros? Se amar aquela pessoa compro-lhe um igual, se for um conhecido atrevido pode ficar á espera. Esta estória trouxe-me outra á memória, no século passado, no milénio passado quando eu, mais jovem discuti com a minha patroa. A Srª frequentava aquelas seitas amigas dos bolsos dos pastores. E numas arrumações que eu estava a ajudar apareceram uns livros infantis, um deles tinha cobras e a mulher começou a rasgar o livro, aquilo para mim foi pior que um estalo. Começou a vir ao de cima o meu lado negro, foi uma peixeirada, só vos digo não sei como ainda lá fiquei mais dois anos a trabalhar... Ai as memórias, nesse mesmo estabelecimento um dos meus colegas era amigalhaço de um Srº que trabalhava numa editora, uma vez esse Srº deu-lhe um livro dos ficheiros secretos. O meu colega pousou-o. -Então já tens aí leitura para uns dias. Disse-lhe eu. -Achas que eu vou perder tempo com isso? Mas vai ficar bem ao pé dos outros na estante da sala, para impressionar as miúdas. -A sério mas leste algum? -Não................................................................................................................ Aqui, eu, ladra me confesso, roubei-lhe o livro. Uma coisa é certa esta miúda ele impressionou... Olha H. Se por acaso leres este texto, sim, fui eu que te roubei o livro, e não me arrependo até hoje. Alguém que diz que ler um livro é perda de tempo, é alguém que ainda não encontrou o livro certo. Ler um livro é ganhar tempos, ganhar mundos, aprender com experiencias e vidas que não são nossas, são de todos nós... Ah, quero escrever sobre o Taskmaster, mas pronto as palavras indisciplinadas e mandonas como sempre, já lá vou... Antes tenho que agradecer a todos que participam no taskmaster. Obrigada por esse momento de criatividade livre, de desafio. Um agradecimento especial ao Nuno Markl, por empoderar (palavra moderna, também quis entrar) os totós agora somos super totós e tu és o Master Totó. Eu tenho orgulho em ser um grande totó, honesta (só roubei um livro por amor de Deus) trabalhadora, amiga do amigo, inimiga do inimigo, que eu saiba com os impostos em dia... Bem, o task master, comecei a ver sozinha, depois aproximou-se o meu pai, olha, estão a fazer figuras tristes na televisão. Depois aproximou-se a minha mãe, olha são tão totós como tu querida filha... Às tantas a sala estava cheia, como a mesa de domingo, a rir, a dizer, eu fazia assim eu fazia assado. A mãe a suspirar com saudades do Toy, o pai satisfeito pela entrada da Madalena e eu a sorrir. Obrigada Vasco, Markl, a tooodos vocês. Pode não ser um programa compreendido, porque nos obriga a sair das caixas, onde nos querem enfiar á seculos. Mas a imaginação será sempre livre. BEIJÓCAS LARÓCAS DA VOSSA SISSI…

Reflexões II

Olá pessoal, está tudo bem convosco? Espero que estejam todos saudáveis, obrigada por me continuarem a ler. Tenho uma admiração gigante pelos jornalistas, escritores, que têm que escrever todas as semanas cronicas. Para mim que escrevo por necessidade e prazer mas sem o fator monetário á mistura é sempre um desafio. Tenho mil ideias, depois parecem-me todas idiotas (como eu) finalmente lá escolho, mas o pior é quando a criatividade foi de férias para outro cérebro qualquer... Descobri recentemente que eu penso igual ao nosso premio Nobel literário José Saramago, tive que colocar o babete fiquei inchada de orgulho. Vou explicar, ouvi na rádio uma antiga entrevista de Saramago, que dizia não compreender porque é que os os homens tinham necessidade de ir a Marte gastar balúrdios de dinheiro enquanto outras pessoas morriam de fome aqui neste planeta. Agora andam todos entusiasmados com uma amostra de um esteroide, parabéns para vocês, espero que essa pedra espacial sirva para alimentar os vossos filhos... Outra grande preocupação que eu tenho é a grande quantidade de ferro, e outros materiais que andam suspensos no espaço... Num futuro próximo uma das causas de morte mais comum vai ser: Pessoa morre no jardim devido á queda de uma ventoinha de satélite, a mesma acertou em cheio na cabeça da pessoa... Bom, podemos optar por sair de casa para além do chapéu-de-sol, com um capacete, bem-vindos ao futuro... Se é que agora que rebentou outra guerra que estava em lume brando possamos falar em futuro. Na minha opinião vem encurtar o tal do futuro... O que eu peço a Deus é poder continuar cá, para fazer um relato dos acontecimentos. Tenho dado por mim intrigada a pensar porque é que os políticos, empresários têm andado tão bonzinhos com os jovens ativistas que com coragem estão a tentar melhorar as condições do planeta. Têm sido pintados e enxovalhados mas não apresentam queixa á policia; Será só por serem menores ou quem sabe anda lá muita menina e menino filho, filha, sobrinhos de pessoas que se sentam no parlamento, em grandes mesas de reuniões... Acho que isto já não faz parte das reflexões, mas sim das teorias da conspiração que eu vou tecendo nos tempos livres... Uma delas é: O Serviço nacional de saúde está propositadamente a ser destruído para que possam florescer os grupos privados, mais uma vez para alguns senhores que se sentam no parlamento e nas mesas das grandes reuniões, muitos outros familiares, amigos, tudo gente que tem 100 euros para dar por uma mamografia... Também fico a pensar, na publicidade enganosa que fazem á nossa juventude, dizendo que tirar um curso na universidade com propinas elevadas é garantia de sucesso. Bem, digamos que para os que emigram quase de certeza que é. Para os jovens que cá ficam, ainda têm que dividir o seu trabalho precário com a inteligência artificial... Cá para mim os senhores importantes estão-se nas tintas se os filhos dos empregados tiram cursos superiores, eles e elas querem é continuar a alimentar os seus filhos dando aulas nas universidades. Resta saber quem vai ensinar os netos das pessoas importantes a ler e escrever, visto eles estarem a retirar a importância aos professores, olha vão aprendendo português açucarado do Brasil com professores recrutados de lá... Outra tontice na minha inválida opinião; O governo sempre que quer resolver um problema arranja mais um grupo de especialistas a quem pagar. Veja-se agora o caso dos sem-abrigo, em vez de se aliar ás associações que lidam de perto com os sem-abrigo vão criar mais postos de trabalho para os compadres. Deviam canalizar esse dinheiro para quem precisa. Agora preparem-se. A minha opinião sobre as vacinas da covid-19 é a seguinte: Para mim devem existir algumas vacinas da covid que são como o melhoral. Mas o bem que elas fazem ás farmacêuticas ui ui... Não me venham com tretas, é o que eu acredito, e acho que já descobriram a cura do alzheimer mas estão a atrasar para continuar a ganhar... Não me considero negacionista acredito neste maldito vírus que matou e continua a matar tanta gente. Deixei foi de acreditar grandemente na bondade humana, quando se trata de ganhar dinheiro alguns até vendem a mãezinha... BEIJÓCAS LAROCAS DA VOSSA SISSI...

Frida Kahlo. Exercício.

………Ignorante sou, ignorante serei, e ignorante morrerei. ………………. Eu admiro muito pessoas que conseguem desenhar pintar, eu cá gosto de escrever, e se não o fizer fico entupida de palavras, as palavras são terríveis, indisciplinadas ás vezes ando á procura daquela, mas a marota desaparece, e depois tomam conta das personagens e das estórias como se fossem elas a mandar (e são).Voltando á pintura, já há anos que eu queria saber mais sobre essa figura icónica Mexicana que aparece em brincos, t-shirts, ténis, íman etc. Mas eu ignorante me confesso, o tempo vai passando e o trabalho é necessário e as prioridades são outras... Porque os sonhos alimentam a alma mas não o estomago, e a barriga pede comida com muita frequência. Mas eu não sou uma pessoa de biografias, eu gosto de me inspirar nas vivências das grandes figuras, mas não tenho a curiosidade de ler 300 páginas, com datas e acontecimentos. Pelo menos por enquanto. Quero agradecer á revista visão (Biografia), finalmente a minha curiosidade sobre a Frida Kahlo foi saciada e desperta, para saber ainda mais. Bom, o que escrever? Esta mulher, para a mãe Magdalena Cármen, para o pai Frieda, para as irmãs e amigos Friducha... A sua história está mais que escrita pouco tenho a acrescentar. Acho curioso que a principio ela assinasse os seus quadros como Frieda, e depois deixasse cair o “e”, como se “e” fosse da esperança que foi perdendo, e um certo afastamento da ascendência alemã. Especulação minha, mas creio que quando a || guerra começou Frida não ficou contente... Interessante, desconheço se a palavra ferida pertence ao léxico mexicano, mas tem tudo a ver (para mim ok!) perdeu o “e” de esperança porque o seu corpo se transformou em ferida –Frida... Essa mulher tão especial precisou de ter um diário em palavras, um diário em tintas (quadros), experimentou vários tipos de amor, regou as mágoas com humor e tequila para tentar viver com qualidade... Não sei se fez terapia, com um psicólogo, mas havia dor suficiente para o fazer. Na sua desgraça teve um pouco de sorte matreira. Vamos entrar no campo da imaginação. Se depois do acidente ela tivesse casado com o seu namorado Alejandro Arias, que futuro teria? Filhos não pode ter, se fosse “obrigada” a trabalhar devido á força das circunstâncias talvez uma loja de fotos, onde vendesse também os seus quadros. Imaginação pura, nunca se saberá porque uma pequena sombrinha, mudou para sempre a vida de alguém... Mas vamos mais longe, sugiro uma viagem no tempo. Vamos colocar a Frida Kahlo na cápsula temporal e traze-la para os dias de hoje, zás pás tráz, a Frida Kahlo com o seu traje típico, monocelha, com buço e coxa reaparece na rua Augusta em 2023... …………………..( Sissi a narradora dos acontecimentos.)………………………… A tarde está quente, a rua repleta de turistas, ouve-se ao longe o lamento musical da senhora ceguinha que foi envelhecendo a tocar e a lutar pela sua dignidade. O primeiro grupo aproxima-se de Frida confusa, e deslocada, agarram-se a ela, tiram selfies e deixam-lhe uma moeda de 2 euros na mão. Perplexos com as semelhanças á original, Frida solta palavrões, eles riem, A tarde vai-se alongando e Frida já se situou está em Lisboa, capital portuguesa dos espiões onde pouco é o que parece ser. Não sabe é porque estão todos tão diferentes, as pessoas estão muito altas, agarradas a pequenas televisões que também tiram fotos, e vestidos ou despidos de maneira estranha... Ouve a sua língua, um grupo de jovens mulheres, ri alto, fala e esbraceja com a pequena televisão na mão, as unhas douradas parecem garras, como a dos seus queridos macacos, aproxima-se delas, elas abrem muito os olhos, admiradas. Frida pede-lhes ajuda, não sabe o que fazer... A jovem do cabelo cor-de-rosa e azul diz-lhe que é influencer, e que Frida assim não se safa. Tem de depilar a sua monocelha e o buço, comprar roupas modernas, e era boa ideia pintar o cabelo de ruivo, aquele preto está out, e ela arrisca-se a ficar cancelada. Como assim diz Frida, esta é a minha identidade eu gosto de ser assim, aceito-me com as minhas limitações são a minha história e moldaram-me. Outra miúda fala, diz que tem 2 milhões de seguidores, e pergunta quantos Frida tem. Seguidores como assim? A Frida responde que até então nunca foi perseguida... A outra explica-lhe que tem que ter seguidores, para as marcas fazerem parcerias, pagarem viagens, oferecerem roupa, enfim ganharem a vida... Frida está cada vez mais confusa, eu só quero voltar para o México, de preferência para o meu tempo onde posso expressar a minha individualidade. A gargalhada conjunta faz-se ouvir outras pessoas olham curiosas... Individualidade grita a mais velha do grupo, não temos como deixar de ser individuais, mas ninguém, quer ser como é, e o maior problema é que também não sabemos como ser; Só sabemos parecer... Está na hora, o sol está a pôr-se, volto a pegar em Frida Kahlo, coloco-lhe o cinto de segurança dentro da cápsula temporal... Querida Frida, os tempos mudaram tanto, a originalidade anda quase desaparecida, tem que se esconder, com medo de falar diferente, pensar diferente. São tempos igualmente estranhos estes que vivemos... Mas tu, a diferente, monocelha, coxa e teimosa viverás para sempre mesmo contra a tua vontade... (Peço desculpa pelos erros) BEIJÓCAS LARÓCAS DA VOSSA SISSI...

Portugal do tal canal.

Olá pessoal está tudo bem convosco? Ainda estão de férias ou já voltaram á labuta diária? Não sei se vocês já repararam nas diferentes maneiras que os canais de televisão têm de dar as noticias e os acontecimentos que escolhem para passar no telejornal. Digo telejornal porque é sem duvida a nossa referencia. Eu oiço dizer vi no telejornal da 7. Eu cá como pago as R.T.P, prefiro estar quase sempre sintonizada no primeiro canal. A maioria dos tugas são assim, não cuidam do que é seu, queixam-se que pagam, mas não vêm, não criticam, não ajudam a melhorar, enfim... Eu fico sempre espantada, parece que cada canal de televisão têm o seu próprio pais. A R.T.P. 1 é concisa, um pouco trapalhona, mas resolve tudo com uma piscadela de olho quando o pivô diz que morreram todos... A Sic o canal 3, pinta o pais de rosa, com boa cama boa mesa, princesas, viagens de comboio. Eu só não desisti do telejornal da Sic por causa do Bento Rodrigues. Durante a pandemia ( ainda existe, infelizmente) não gostei que me tentassem fazer lavagem cerebral ou envaligazação, já passou adiante... No telejornal da T.V.I, aparece tanta coisa no ecrã que eu dou por mim fixa no que não interessa em vez de ouvir o jornalista Sérgio Furtado. Na CNN as noticias são praticamente iguais ás da T.V.I. Mas um caso de estudo é o canal do correio da manhã. Tenho a impressão que existe um reporter da C.M.T.V. atrás de cada moita acampado á espera da noticia ainda a pingar sangue... A C.M.T.V é importante, porque nos apresenta o pais a preto e branco, doa a quem doer. Fico em choque? Fico. Mas acho que é fundamental, sem exagero, saber o que se passa em Portugal. Já se mata por seis centimetros de terreno, há tiroteios nos centros comerciais, espanca-se a policia... Se eu, ou se nós tugas ficarmos sempre sintonizados no telejornal da Sic, por ex. Ficamos a pensar que Portugal é o pais do olha a festa, das esplanadas dos petiscos é; Também é. Mas mais vale estar preparada para a dura realidade e não a mascarar... Bem, e os intervalos! São tão grandes que quando começa a segunda parte as noticias já estão desatualizadas. O que me irrita, encanita, são aquelas reportagens em que as pessoas estão a contar a patifaria que lhes aconteceu, e pumba passam para outra pessoa, a meio da estória, mudo logo de canal, para mim não funciona... Depois estão a entrevistar alguem em direto mas estão a “dar” as imagens á volta sem nunca mostrar o rosto da pessoa que está a falar. Então eu não tenho direito de ver se é algum conhecido meu que está a ter os seus 5 minutos de fama? Olhem, da minha parte vos digo e recomendo, o telejornal da R.T.P. 2 ás 21:30, pois é pratico, esclarecedor, competente, compacto. Ainda temos direito a um bombomzinho no final a falar de cultura. O telejornal da R.T.P. 2 para mim é uma perola pouco vista, fico informada sem maquilhagem excessiva e sem o horror o drama a tragedia... Acho que os outros canais deviam aprender com o telejornal da R.T.P. 2, só ficavamos a ganhar nós telespectadores, e os outros canais de televisão concorrentes... ( Peço desculpa pelos erros, hoje o “corretor” automático não quis trabalhar e eu pelo menos acentos é para esquecer. ) BEIJÓCAS LARÓCAS DA VOSSA SISSI...

À descoberta de Leiria.

Olá pessoal tudo bem? Espero que estejam saudáveis. Este mês vou contar-lhes as minhas maravilhosas férias. Eu costumo ter uma ideia para onde quero ir de férias, de preferência de comboio, mas mais uma vez a C.P. está de greve e trocou-me as voltas. Só para aí 15 dias antes é que eu decidi para onde ia. A minha primeira escolha era Alentejo, é lindíssimo mas a nível de transportes públicos é complicado é daquele género que há um autocarro de manhã e outro á noite, depois não existe muitos centros comercias; Atenção eu gosto de ter shopping por perto porque lá as refeições são mais baratas que nos restaurantes. Pensei: Para onde ir que haja monumentos, agitação, centro comercial, praia, piscinas, bons transportes etc. Que no máximo leve 2 horas de autocarro que é o tempo que a minha bexiga leva a reclamar e a exigir descanso. Os pensamentos também são como as cerejas, e lembrei-me da telenovela Nazaré, que tinha bonitas imagens da cidade de Leiria com direito a castelo altaneiro. Fui googlar e gostei. Preparei a mochila e lá fomos, numa nova aventura á descoberta de Leiria. Nestas letras confesso que a primeira impressão foi má a entrada de leiria, alias toda a cidade está decrepita, que pena. Quando sai do autocarro pensei: Meu DEUS o que vim para aqui fazer. Depois a parte mais difícil em busca de um quarto de hotel. Sim, eu sei que existem vários meios de assegurar um quarto de hotel á distância, mas para mim isso também faz parte da aventura. Ás vezes na ansia de simplificar, complicamos muito mais. Eu sou daquelas que pensa sempre, não me vou comprometer e se naquele dia tiver uma entrose ou qualquer outro problema? Mochilas às costas lá fomos, e descobrimos um pedacinho de céu, merece a publicidade, não é perfeito, mas tendo em conta que a perfeição não existe. Hotel classic Leiria, bem localizado, bom bonito e barato, muito acolhedores. Obrigada Fernanda, Mariana. Cassiane, e ao resto do pessoal. A seguir descoberta do supermercado mais próximo, o posto de turismo, as perguntas já apontadas. Fiquei a saber que todos os anos jovens organizam um festival que se chama a porta. Tem vários palcos, atividades para todas as idades e gostos, tudo á borla, acontece no mês de junho enfim... Leiria tem dois teatros, eu fui ver uma peça e fui aos fados, enquanto procurava o ascensor para o castelo descobri uma feira e lá fui bisbilhotar. O tempo lá amanhece quase sempre nublado, mas isso acho que é característico do nosso oeste. Mas estou-me a esquecer de algo muito importante para mim as casas de banho públicas (podem começar a rir). Leiria tem, que eu usasse 3 casas de banho públicas espalhadas ao longo do rio e no jardim. São limpas e com papel. Fui á Batalha ver o mosteiro e lá existem duas casas de banho públicas, uma mais moderna, até hoje não sei como funcionam os autoclismos, deve ser por sensor. Então aqui a campónia pisou e carregou em todos os lados possíveis, depois fui lavar as mãos e milagre o autoclismo descarregou. Na Marinha Grande emocionei-me bastante tive o privilégio de conversar com 2 senhores que estavam a trabalhar no vidro no museu, um eles com 92 anos, fez um coração verde á minha frente, eu fiquei com ele e comprei outro vermelho. Certa que deixei um pedacinho do meu próprio com aqueles velhotes... Ao pé da camara municipal da Marinha Grande mais uma casa se banho publica. Viera de Leiria, casas de banho públicas no jardim próximo da paragem dos autocarros, praia da Vieira casas de banho públicas no paredão (Ficam com o roteiro das casas de banho públicas quem é amiga, quem é?) Brincadeiras á parte, Leiria surpreendeu-me de muitas formas, pelas centenas quiçá milhares de brasileiros em todos os postos de trabalho. Os motoristas de autocarro eram quase todos brasileiros. Lá as campainhas não funcionam, então é tipo, ó Sr.º motorista pare na próxima se faz favor. Andar de autocarro em cidades desconhecidas é outra aventura. Certo que é uma maneira simples e eficaz de conhecer-mos mais a cidade, mas não sabemos qual a paragem pretendida. Eu fui conhecer o centro comercial e tive que chatear os outros passageiros para saber qual a paragem. A propósito as casas de banho do Leiria shopping são das mais bonitas que já vi, recomendo... As pessoas mostraram-se recetivas a explicar, ensinar, conversar, bons Tugas. Encontrei 3 pedintes dois permanecem na estação dos autocarros outro pregou-me uma seca tão grande sobre as más condições do nosso pais no jardim Luís de Camões, eu dei-lhe uma moeda na esperança que ele se calasse e emigrasse, apesar de ter alguma razão no que dizia... Bom acho que já falei do mais importante (nas casas de banho públicas). Ficou ainda muita coisa para ver, a praia de Pedrogão, São Pedro de Moel... Quem sabe numa próxima aventura. Olhem quando forem de férias, pensem com carinho no nosso pais, ajudem a nossa economia. Boas férias, e melhor vida para todos........................................ BEIJÓCAS LARÓCAS DA VOSSA SISSI...

O meu marido robô.

Planeta terra 2173. Bom na verdade é muito simplista dito assim. O meu marido não é um robô velhadas, desatualizado. O meu marido é o Iaran; Inteligência artificial recuperação animal Nº 81370. Assim está completo, eu sou a Hadiaran, ou seja humanoide acompanhante de inteligência artificial recuperação animal Nº 81370. Pediram-me para escrever este texto para explicar às jovens humanoides para não terem medo, deixarem de se esconder nos subterrâneos e abraçar uma vida feliz ao lado dum IA. Afinal não buscam a perfeição? A simplicidade de tudo e felicidade fácil? Se tens entre 18 anos e 25, junta-te às companheiras felizes dos IA. Deixa de viver dependente das opiniões dos outros e dos seus olhares reprovadores, podes andar desmaquilhada, desgrenhada, e podes envelhecer á vontade os IA não te vão por de parte, alias nem reparam. Não é perfeito? Sair da ditadura da imagem... Podes ser gorda, baixa, nariguda, zarolha, coxa, fanhosa, enfim podes ser tu á vontade, livre e solta... A minha vida é muito tranquila, tenho algumas tarefas que não posso falhar. Por ex. Às 00h colocar o meu Iaran á carga, às 08h retiro da carga e ele vai para o seu departamento de recuperação animal. Ainda á humanoides que não entendem que os IA estão a cuidar do planeta que eles quase destruíram. Mesmo na semana passada o Iaran teve que levar a sua bateria portátil para o departamento para recolher animais durante a noite, devido á queda de lixo espacial que se deu com a grande explosão solar. O Iaran é amoroso, fala comigo, é lindo de morrer todo simétrico, feito com molde, não tem mau hálito, nem chulé, nem mau humor, não faz xixi nem cocó. O sonho de qualquer mulher humanoide. A parte da alimentação é que é chata, e da higiene. Por vezes ele esquece-se que eu tenho que comer e tomar banho, e ter roupas. As acompanhantes dos IA têm obrigatoriamente que pedir autorização para se deslocar aos mercados e á zona mal frequentada dos humanoides. Mas é tranquilo temos um chip, nos brincos ou no colar, ou no anel de compromisso com o nosso IA, que cuida sempre de nós monitorizando os nossos passos. O Iaran até trouxe um pequeno gato para me fazer companhia. É complicado quando fico adoentada, explicar o que é a dor. Fica sempre parado quando solto uma gargalhada, eles riem claro, mas sem emoção, fazem companhia... Nunca vivi com um humanoide macho não sei comparar. Uma vez senti as mãos de um quando me deu as laranjas, o meu corpo arrepiou-se com o toque... O que sinto mais falta são dos abraços da minha mãe dos beijos o cheiro e o colo... Aconselho a todas as jovens a seguir o seu coração, manter a mente aberta, e quem sabe embarcarem nesta aventura de serem esposas de robôs, não têm defeitos. Afinal não é o que buscam a perfeição? BEIJÓCAS LAROCAS DA VOSSA SISSI...

Pontes.

Olá, pessoal espero que se encontrem bem de saúde este mês foi na trave, apanhei chuva e ainda estou adoentada. O texto deste mês tem estória, foi oferecido a alguém, eu quando o estava a escrever “vi” nitidamente essa pessoa a canta-lo e encontrei maneira de lho dar. Bem na verdade não sei se o recebeu porque tive de ir trabalhar; os sonhos alimentam o coração mas não a barriga… Decidi coloca-lo aqui no blogue, porque na altura já representava a fase de rutura com o passado que a minha vida vem fazendo sem me perguntar a opinião de nada, já tiveram a sensação de que a vossa vida está nas tintas para o que achamos melhor? Bem na verdade não tenhamos ilusões, controlamos pouquíssimo do que nos acontece… Aqui vai as pontes, aí em casa podem tentar adivinhar a quem ofereci o texto uma pista, tá longe……………………………………………………………………………………………………… Sou feita de pontes desfeitas por ti. Pontes que não me levam a lugar nenhum, partidas por martelos em riste. Porque? Porque, não me deixas avançar, vida, vida sempre a enrolar. Sou feita de pontes destruídas pelo egoísmo pela vaidade, sou feita de pontes mas não saio do lugar. Sou feita de pontes mas não saio do lugar. Ás vezes canso-me de lutar, ás vezes ás vezes, canso-me de lutar… Vou ser capaz, eu sou capaz de me erguer, apesar do peso que me faz vergar, vou renascer reviver, pegar nas pedras, nas vigas e reconstruir com cimento nas mãos, uma nova ponte, onde finalmente possa atravessar… Olha para mim; Dá-me a tua mão, ajuda-me a chegar, constrói a tua parte da ponte para que eu te possa alcançar… BEIJÓCAS LARÓCAS DA SISSI…

alexandre pais interrompe entrevista.

-Olá muito bom dia a todos os espetadores; Ou seja, a todos os que espetam. -Estou aqui novamente em Moura no Alentejo, no lindo jardim onde se avista a torre do relógio para entrevistar o Sr.º andorinha macho, Pimpão coxo, que em 2021 viu-se a braços com a justiça portuguesa devido às regras apertadas do confinamento. -Como já sabem eu Pepe Inchirido, jornalista de investigação capaz de até entrevistar as pedras da calçada, estou sempre ao serviço da verdade. -Sr.º Pimpão Coxo como está? É um gosto voltar a vê-lo. -Bom dia meu amigo Pepe também gosto de revê-lo, obrigada mais uma vez. -Sr.º Pimpão, diga-nos como conseguiu sair da prisão e livrar-se das acusações que recaiam sobre si. Deixe lembrar os nossos espectadores: detido por agressão policial e desobediência, multa por estar a comer, multa por ter saído do concelho, multa por não ter apresentado teste negativo á covid 19 na fronteira. (Ler texto Última hora, escândalo em Moura no Alentejo. 19-04-2021.). -Tive muita sorte sabe; O advogado que o partido terra minha me disponibilizou o Sr.º Raposa Olhão, é um excelente profissional, rebateu uma a uma todas as acusações. E ameaçou de processar o próprio estado português, porque até os animais querem esmifrar. Sinto-me revoltado sabe, passados dois anos e o estado continua a arranjar novas maneiras de encher os bolsos aos compadres e comadres. Como a estória da ruina do S.N.S, a mim ninguém me tira da cabeça, que isso é para obrigar o Zé-povinho a pagar seguros e favorecer os grandes grupos privados, arranjando mais empregos para os conhecidos. Uma vergonha, quando é muito grave empurram os doentes para o serviço nacional de saúde, mas não lhes devolvem o dinheiro das mensalidades já pagas… -Sr.º Pimpão, tem razão, mas gostaria de saber mais sobre si como recuperou? -Desculpe Pepe, é a revolta a falar, mas isso é problema vosso humanos. Como estava a dizer, graças ao advogado Sr.º Raposa, fiquei livre, voltei ao ninho. Algo curioso se passou, o escritório do Sr.º Raposa começou a ficar entupido com telefonemas de pessoas que queriam-me entrevistar, uma “ escola” quis uma palestra, até o Exmo. Sr.º presidente da república ligou para se inteirar do caso; Ligaram também de França. O Sr.º Raposa que faz jus ao seu nome, virou-se para mim e disse: -Ó Pimpão você devia era aproveitar a onda, e por que não ser coach; Melhor, bird coach, agora toda a gente é coach disto e daquilo. Fui palrear com a minha Pimpona a ver o que achava. Aceitou desde que finalmente lhe compra-se um xaile e um colar de perolas. -Incrível Pimpão, quer dizer que hoje graças a esse desagradável incidente é bird coach. -É verdade, a minha temática recai normalmente sobre o facto de ter a capacidade em transformar o negativo a nosso favor, em aprender, crescer e de preferência não repetir os erros mais graves. Como eu digo, errar faz parte, mas continuar a errar em círculo só a raça humana… -Interessante, acha então que vocês animais erram menos? -Não acho, tenho a certeza, senão porque estão na terceira guerra mundial? -Não é bem assim! -O pior cego é aquele que não quer ver… -Diga-me, ser bird coach significa que só de dirige a pássaros, ou também a outros animais? -A minha atividade como bird coach desenvolveu-se muito timidamente, primeiro palestras dirigidas só a pássaros, depois fui alargando a esfera. Contratei uma influencer que me trata da parte digital, dos conteúdos, das fotos. Agora até viajo de avião, no porão transportado de forma legal pela minha influencer, Gata com 3Fs… Por falar nela recebi agora um what’s up na minha anilha digital a avisar-me de que o ex jornalista alexandre pais, saiu da caverna e anda á caça de novos conflitos. Vou voar daqui para fora, para aturar malucos fico em casa a olhar para o espelho. Fui.. BEIJOCAS LARÓCAS DA VOSSA SISSI…

O Farol.

Houve um tempo, em que não me importava, as coisas são como são á que aceita-las. A minha função é muito nobre, salvar vidas da tempestade, do escuro da noite. Isso bastava-me, de ano a ano, lá vinham alguns humanos celebrar-me, fazer discursos bonitos, por mais uma placa, mas a missão nobre continua a mesma. Até que num ano tudo mudou, começaram a raspar a bicar a limpar as teias de aranha e a espantar as suas proprietárias mais as lagartixas, e até um ratito atrevido que fez de mim sua casa. O Cheiro a tinta sufocou-me durante dias, a verniz, mobílias foram instaladas, as gaivotas abandonaram-me por causa do fedor e do barulho. Todo o santo dia homens a bater a arrastar, a falar, alto a arrotar, e não só… Um horror, o meu silêncio foi roubado, as conversas eram grotescas como eles, mulheres, quem as tinha maiores, a mais atrevida. Depois de almoço ainda era pior, mas o barulho diminuía, o vinho tornava-os mais lentos. A seu favor, posso dizer que no final aquelas mãos ásperas fizeram milagres em mim. Como em tudo na vida á que dar valor às capacidades de cada um, e focar no positivo… Depois dos ogres acabarem os trabalhos, sentia-me o farol reluzente e importante de outrora, quando outras mãos ásperas e gretadas, me fizeram nascer. Depois instalaram-se os outros, de farda bonita engomada e cheirosa; Os faroleiros, assim se chamavam, para além de Zé ou Manel, para os distinguir melhor. As gaivotas voltaram, mas eu mandava-as cagar longe, não queria ficar sujo, e elas reclamavam aborrecidas. Mas o milagre deu-se quando apareceu um faroleiro ruivo de olhos verdes, sardento como uma raia. Chegou, entrou e berrou: -olá velho farol, sou o Ernesto e venho cuidar de ti e de mim. Subiu pelo elevador, e contemplou espantado, o mar espelho, ali mais verde, um pouco de azul, uma imensidão prata que era a minha companhia desde sempre. As gaivotas cuscas tentaram aproximar-se, mas o faroleiro enxotou-as e mandou-as ir cagar para outro lado. Pela primeira vez em tantos anos saiu um som dentro de mim que eu desconhecia, até me fez tremer um pouco. O Ernesto faroleiro coçou a cabeça.- Até parece que deste uma valente gargalhada, querido farol. Querido farol disse ele, querido, eu já ouvira aquela palavra antes, da boca das peixeiras que iam para debaixo de mim, num sítio muito escondido que serve para arranjar coisas lá em baixo. Mas, querido era o que algumas sussurravam aos homens, colados a elas com as calças para baixo e elas com as saias para cima… Mas gostei, querido, desde que ele não baixa-se as calças tudo bem. Quando finalmente se instalou no cadeirão castanho, disse que se ia apresentar como deve ser e começou por dizer que tinha saído da barriga da mãe numa madrugada fria de fevereiro. Até hoje penso, como terá ele entrado para lá? A mãe comeu-o? Ou será parecido como os ovos das gaivotas? Enfim, com ele conheci melhor a espécie humana. No verão tinha muito que fazer, andava de um lado para o outro com crias, que depois vim a compreender que para os humanos eram crianças e com adultos chamados professores. Contava a minha estória vezes sem conta às vezes floreava um pouco. Mas deu-se outro milagre, quando no outono, trouxe um estranho retângulo parecido com os que tinha na sua mesa de trabalho. Abriu o objeto, mas em vez de pegar na caneta, começou a falar de um pescador do mar de uma grande baleia… Fiquei fascinado, não permiti que nenhuma tabua estalasse para acompanhar tudo. De repente, bateu as folhas calou-se e disse:-Tenho que esticar as pernas, vou lá acima fazer uma vistoria. Foi direito ao elevador. Mas eu furioso, por ter interrompido a saga do pescador de baleias puxei o elevador para Cima, não queria esticar as pernas? Pois que subisse os 288 degraus… Ernesto assustou-se, coçou a barbicha. -Queres ver que o farol é assombrado? Perguntou:-Se for um fantasma que abra as portas do elevador. Nada aconteceu. – Se fores tu farol, abre as portas do elevador que depois eu continuo a ler o livro. Assim fiz, desci o elevador e abria as portas. Mas em vez de entrar pediu outra vez agora fecha, agora sobe, consegues fechar a porta da entrada? Esteve naquilo um ror de tempo, uma canseira, mas depois abriu um grande sorriso, encostou a boca á minha parede. -Já desconfiava! Disse ele. Do que? Não sei… O inverno chegou e a solidão também, até que mais um milagre aconteceu, numa manhã chuvosa com vento, Ernesto entrou a assobiar, trazendo o sol na cara, e uma caixa de madeira. Lá dentro estava uma estranha máquina com botões. Primeiro começou a rodar e aquilo a chiar, mas aos poucos a chiadeira parou, e elevou-se no ar um outro som. Mas que maravilha, era género cantar dos pássaros, depois com vozes agradáveis que subiram por mim acima. Ernesto todo contente apresentou-me a nova máquina; Radio assim se chamava, e música era o nome do som. Com os livros, o radio a música, a minha existência mudou para sempre. Sem sair dali fiquei a conhecer quase todo o mundo… Tudo devido ao meu amigo Ernesto, às vezes até deixava o radio ligado á noite para eu ouvir. Entre crianças, professores, livros, radio e musica os anos passaram. Ernesto entretanto dissera-me que ia trazer a sua família para me conhecer. A esposa e dois filhos, um de colo, outro de 4 anos. A sua mulher Carmo com a criança ao colo ia- lhe dizendo:-Lá estas tu, com a tua imaginação, é um farol igual aos outros, isso é de leres muitos livros. Ernesto insistia que eu era especial, que gostava de música e de estórias, tal como ele… O pequenote António sorriu e disse: -Eu acredito em ti papa, parece um bom farol. Abriu os seus pequenos braços e colou-se a mim. -Quando eu for grande papa, vou cuidar dele como tu. Vai ser o meu farol. Aquilo despertou em mim um estranho fenómeno, a humidade retida nas paredes juntou-se toda e escorreu pelo meu exterior, como se tivesse chovido dentro de mim… BEIJÒCAS LARÒCAS DA VOSSA SISSI…

Eu! Qual eu?

Sou uma mulher sem janelas nem portas, despida de mobília, de adornos. Sou uma mulher em reconstrução. Estou de luto de mim mesma, por aquela que já fui e com curiosidade e receio naquela que me vou tornar. Sei que tenho um pouco da sabedoria da terra, pois a ela pertenço; As pernas troncos, os braços ramos a cabeça qual semente que produz frutos. Quero criar frutos doces, ter palavras doces, tenho medo da amargura. Eu, o meu marido silencio, a sua irmã solidão, o meu cunhado desespero; Juntos buscamos momentos felizes, conversas interessantes, boas gargalhadas. Sou uma mulher que conhece o tempo da terra, sou dela. Sei que só há batatas no tempo das batatas, que as joaninhas adoram rama de cenoura. Vou ajoelhar-me na minha mãe terra, enterrar as mãos e pedir-lhe força um pouco da sua força, paciência e capacidade de renascer. Olho; Vejo uma borboleta branca, tao frágil, tao forte, indiferente ao facto de ter pouquíssimo tempo de vida. Interrogo: Será que já foi lagarta? Todas as borboletas já foram lagartas? Se elas conseguiram na sua fragilidade rasgar-se a si próprias, ultrapassar-se, deixar de rastejar, para passar a voar, eu certamente também vou conseguir reinventar-me. Levantar limpar as lagrimas, sacudir os joelhos e seguir; A vida há-de mostrar-me o caminho… BEIJÓCAS LAROCAS DA VOSSA SISSI…

Reflexões de ano novo.

Gratidão que rima com coração, Gratidão que rima com pão, Gratidão que rima com não, Gratidão é ter no coração a certeza que estamos quase bem, Temos pão para comer, água para beber, ar para respirar, amor para aconchegar; E boca para dizer, ou outro meio, de poder disser NÃO. Ser grato significa dar valor a todas as coisas, e ter mais momentos felizes, Reconhecer que não há perfeição, mas há vontade de melhorar. A vida dos outros ao longe é sempre mais bela. Depois com a aproximação, com o zoom aparece a sujidade e o cotão. A comparação não é amiga da gratidão. Se fores em frente há uma minoria que te vai criticar. Se fores pela direita há uma minoria que te vai criticar. Se fores pela esquerda há uma minoria que te vai criticar. Vai, sê livre, escolhe tu o teu caminho como já sabes: Há sempre, uma minoria que te vai criticar. Mais vale fazeres o que te faz feliz. Eu sou uma grande cromo, é verdade, mas faço questão de ser a capa da minha caderneta de cromos, a vida é minha, as decisões sou eu que as tomo… Hoje cancelam-se pessoas como se cancela uma reunião de condóminos indesejada. Na época que se apregoa a liberdade é quase proibido seguir o nosso pensamento e dize-lo abertamente. Fogem da dor do sofrimento, mesmo sabendo que não têm escapatória. Poucos conversam, falam apenas, esperam que o outro se cale para em vez de interagir falar de si próprios. Por vezes é difícil caminhar numa sociedade que abandona as pessoas, porque são velhas, porque têm sida, porque são feias, porque têm gostos sexuais diferentes, porque são pobres, porque recusam a entrar em gavetas e têm voz própria, porque fazem diferente. Estamos na era do ter, e não do ser. A inteligência artificial espera paciente a sua oportunidade, Já há estudos que dizem que o cérebro está a mirrar porque não tem tanto estímulo com os telemóveis e computadores. Inquietante, os seculos que os nossos antepassados desgraçados levaram para ampliar as funções cerebrais… Hoje vive-se ligado ao telemóvel, e desligado de si mesmo, e dos outros. A vida é sem filtros, a sociedade está entupida de antidepressivos ansiolíticos, que sendo bastante uteis, não devem ser receitados ao desbarato como aspirinas, nem vou falar das crianças se não fico também triste… Os antidepressivos e ansiolíticos tiram a tesão, sem tesão não há nova geração, até o sexo interessa menos!!! Olhamos para o lado, e outros matam-se a tentar subir a montanha mais alta, a tentar tirar a selfie mais original, a ultima das suas vidas… BEM VINDOS A 2023, deixo-vos um desafio: Fazer uma boa ação por dia, basta sorrir aos “estranhos” ou ser educado. Duvido que consigas. BEIJÓCAS LAROCAS DA VOSSA SISSI.