A meia raiz.

Falta-me o horizonte, falta-me a esperança, falta-me o amor. A saudade amiga às vezes torna-se corrosiva. Fazes-me falta vais sempre fazer-me falta. Estou a aprender a ser outra, que desde á algum tempo insiste em substituir-me, irritadiça, olhos pardos sem a luz do antes. Até um farol apagado guia barcos em aflição, pois é essa a sua missão. Querido leitor, não se canse a tentar perceber, talvez um dia se me conhecer. A dor é física também, tudo me custa, tudo é feito por obrigação, comer dormir. Às vezes sou engolida pela dor. Querida mãe perdes-te a luta com a morte, todos perdemos. Eu cá estou, a lutar contra a depressão, a loucura, o vazio de ficar órfã de mãe. Quando caminho tenho que fixar bem os pés no chão, metade da minha raiz foi decepada. Um pé á frente do outro, a direito, a aprender a equilibrar-me só com meia raiz... BEIJÓCAS LAROCAS DA VOSSA SISSI...