segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Frida Kahlo. Exercício.

………Ignorante sou, ignorante serei, e ignorante morrerei. ………………. Eu admiro muito pessoas que conseguem desenhar pintar, eu cá gosto de escrever, e se não o fizer fico entupida de palavras, as palavras são terríveis, indisciplinadas ás vezes ando á procura daquela, mas a marota desaparece, e depois tomam conta das personagens e das estórias como se fossem elas a mandar (e são).Voltando á pintura, já há anos que eu queria saber mais sobre essa figura icónica Mexicana que aparece em brincos, t-shirts, ténis, íman etc. Mas eu ignorante me confesso, o tempo vai passando e o trabalho é necessário e as prioridades são outras... Porque os sonhos alimentam a alma mas não o estomago, e a barriga pede comida com muita frequência. Mas eu não sou uma pessoa de biografias, eu gosto de me inspirar nas vivências das grandes figuras, mas não tenho a curiosidade de ler 300 páginas, com datas e acontecimentos. Pelo menos por enquanto. Quero agradecer á revista visão (Biografia), finalmente a minha curiosidade sobre a Frida Kahlo foi saciada e desperta, para saber ainda mais. Bom, o que escrever? Esta mulher, para a mãe Magdalena Cármen, para o pai Frieda, para as irmãs e amigos Friducha... A sua história está mais que escrita pouco tenho a acrescentar. Acho curioso que a principio ela assinasse os seus quadros como Frieda, e depois deixasse cair o “e”, como se “e” fosse da esperança que foi perdendo, e um certo afastamento da ascendência alemã. Especulação minha, mas creio que quando a || guerra começou Frida não ficou contente... Interessante, desconheço se a palavra ferida pertence ao léxico mexicano, mas tem tudo a ver (para mim ok!) perdeu o “e” de esperança porque o seu corpo se transformou em ferida –Frida... Essa mulher tão especial precisou de ter um diário em palavras, um diário em tintas (quadros), experimentou vários tipos de amor, regou as mágoas com humor e tequila para tentar viver com qualidade... Não sei se fez terapia, com um psicólogo, mas havia dor suficiente para o fazer. Na sua desgraça teve um pouco de sorte matreira. Vamos entrar no campo da imaginação. Se depois do acidente ela tivesse casado com o seu namorado Alejandro Arias, que futuro teria? Filhos não pode ter, se fosse “obrigada” a trabalhar devido á força das circunstâncias talvez uma loja de fotos, onde vendesse também os seus quadros. Imaginação pura, nunca se saberá porque uma pequena sombrinha, mudou para sempre a vida de alguém... Mas vamos mais longe, sugiro uma viagem no tempo. Vamos colocar a Frida Kahlo na cápsula temporal e traze-la para os dias de hoje, zás pás tráz, a Frida Kahlo com o seu traje típico, monocelha, com buço e coxa reaparece na rua Augusta em 2023... …………………..( Sissi a narradora dos acontecimentos.)………………………… A tarde está quente, a rua repleta de turistas, ouve-se ao longe o lamento musical da senhora ceguinha que foi envelhecendo a tocar e a lutar pela sua dignidade. O primeiro grupo aproxima-se de Frida confusa, e deslocada, agarram-se a ela, tiram selfies e deixam-lhe uma moeda de 2 euros na mão. Perplexos com as semelhanças á original, Frida solta palavrões, eles riem, A tarde vai-se alongando e Frida já se situou está em Lisboa, capital portuguesa dos espiões onde pouco é o que parece ser. Não sabe é porque estão todos tão diferentes, as pessoas estão muito altas, agarradas a pequenas televisões que também tiram fotos, e vestidos ou despidos de maneira estranha... Ouve a sua língua, um grupo de jovens mulheres, ri alto, fala e esbraceja com a pequena televisão na mão, as unhas douradas parecem garras, como a dos seus queridos macacos, aproxima-se delas, elas abrem muito os olhos, admiradas. Frida pede-lhes ajuda, não sabe o que fazer... A jovem do cabelo cor-de-rosa e azul diz-lhe que é influencer, e que Frida assim não se safa. Tem de depilar a sua monocelha e o buço, comprar roupas modernas, e era boa ideia pintar o cabelo de ruivo, aquele preto está out, e ela arrisca-se a ficar cancelada. Como assim diz Frida, esta é a minha identidade eu gosto de ser assim, aceito-me com as minhas limitações são a minha história e moldaram-me. Outra miúda fala, diz que tem 2 milhões de seguidores, e pergunta quantos Frida tem. Seguidores como assim? A Frida responde que até então nunca foi perseguida... A outra explica-lhe que tem que ter seguidores, para as marcas fazerem parcerias, pagarem viagens, oferecerem roupa, enfim ganharem a vida... Frida está cada vez mais confusa, eu só quero voltar para o México, de preferência para o meu tempo onde posso expressar a minha individualidade. A gargalhada conjunta faz-se ouvir outras pessoas olham curiosas... Individualidade grita a mais velha do grupo, não temos como deixar de ser individuais, mas ninguém, quer ser como é, e o maior problema é que também não sabemos como ser; Só sabemos parecer... Está na hora, o sol está a pôr-se, volto a pegar em Frida Kahlo, coloco-lhe o cinto de segurança dentro da cápsula temporal... Querida Frida, os tempos mudaram tanto, a originalidade anda quase desaparecida, tem que se esconder, com medo de falar diferente, pensar diferente. São tempos igualmente estranhos estes que vivemos... Mas tu, a diferente, monocelha, coxa e teimosa viverás para sempre mesmo contra a tua vontade... (Peço desculpa pelos erros) BEIJÓCAS LARÓCAS DA VOSSA SISSI...