quarta-feira, 28 de agosto de 2019

As festas cá da terra.

Olá pessoal, tudo bem? Espero que estejam todos descansados e felizes das férias...
Pois é como todos nos sabemos, Portugal no verão enche-se de festas populares.
A minha linda vila também tem a sua festa, quando o calor espreita todos suspiramos, tá quase, tá quase, as festas estão a chegar.
Os cá da terra levantam dinheiro, dormem o mais que podem e estacionam o carro á porta de casa, no dia do começo, porque depois há pouco dinheiro no multibancos, ninguém dorme e estacionamentos nem vê-los.
As festas cá da terra, são muito conhecidas e publicitadas, a vila enche de pessoas á procura da bela sardinha e do touro bravo. E todos os anos contamos e ouvimos as mesmas estórias, quando o boi fugiu, eu e o meu irmão subimos ao telhado de casa para ver os campinos a tentar levar o boi de volta; Quando o meu irmão afirmou alto e bom som que o boi pisou a horta ao meu pai e esborrachou-lhe os tomates todos. Ainda hoje é piada familiar: Oh papai, cuidado com o touro, não vá ele voltar a pisar-te os tomates...
Uma vez estava a minha mãe a fritar peixe com as portas abertas e o radio a espalhar musica, e eu pequenina a dançar com a minha saia nova, nisto os cães começaram a ladrar como loucos, eu fui espreitar; Fiquei cara a focinho, com um gigante touro, acho que o bicho ficou tão espantado como eu que não reagiu, a minha mãe ao lembrar-se que podia ser o boi á solta, veio com a força de uma leoa, e puxou-me pela saia para a cozinha e bateu com a porta, e ali ficámos agarradas uma á outra, enquanto os campinos guiavam o touro.
Outra vez em adolescente eu e a minha grupeta de amigos entramos ao molho na casa de uma velhota amorosa que nos abrigou, enquanto o boi passeava, subia e descia a rua feliz da vida, a senhora até nos ofereceu biscoitos, vejam lá...
E daquela vez em que subimos para o coreto e o touro andava no parque infantil, com os cavalos e campinos a contornar o escorrega e os baloiços.
Ai, as festas, as nossas, as vossas, tantas alegrias, algumas tristezas, e grandes desgostos, quando as ambulâncias ecoam as sirenes vila adentro, roubando a nossa paz e alegria...
Passam tão depressa, e depois toda a vila adormece, exausta, vai tudo de férias, as ruas cheias ficam em silencio e as portas de cafés, restaurantes, lojas fechadas á espera do fim do mês.
E "prontos" mesmo agora passou e já todos suspiramos, nostálgicos, á espera que as ruas se encham de areia, de musica e cheiro a sardinha, e a voz do radialista a avisar que o boi fugiu, criando mais um ciclo de memórias em todos nós...

BEIJÓCAS LARÓCAS DA VOSSA SISSI... 

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