O desconhecido.

Bem que eu olhei para todos os lados, para ver se te via.
Para ver de novo a doçura do teu olhar, a sensualidade da tua boca, andas-me ás voltas na cabeça, como se tivesse saudades de ti, de te ver. Mas como posso ter saudades? Se não te conheço...
Não sei como és por dentro, qual é o som da tua voz, o rasgo da tua gargalhada, o que fará brilhar os teus olhos pestanudos...
Porque é que a vida nos apresentou para logo nos separar. Sei que é ilusão, que apenas nos cruzamos, eu segui viagem e tu também, mas tu ficas-te na paragem da  minha vontade, de conhecer, de conversar, de prosseguir a viagem a teu lado...
Agora, apareces-me nos pensamentos, nos sonhos, ainda bem que sonhar é possível, alimenta-me a alma sedenta de te ver; E nos sonhos á sempre a vantagem de seres perfeito, sem mau feitio, ou estreito no pensar...
A vida ás vezes podia ser como os filmes ou livros, eu sei que muitas vezes a vida ultrapassa a ficção, mas oh vida não nos podias dar a escolher? Eu escolhia voltar a ver-te, arriscava, mesmo que a frieza da realidade quebrasse a magia da ilusão.
Imaginei, o nosso reencontro vezes sem fim, eu sei, é praticamente impossível, Portugal é pequeno, mas não tanto...
Resta-me a memória de ti, até se esbater no ram, ram, dos dias, nas contas para pagar, no emprego que aumenta o trabalho, mas não o salario; Enfim a vida como ela é.
Agora que o frio esta de novo a instalar-se nas nossas vidas, ficamos colados ao sofá por isso se não te encontrava no verão, neste momento é que não...
Olha, não sei se sabes, mas és parecido com um ator, pelo qual eu tenho uma paixoneta secreta, que entrou numa serie luso espanhola, sobre uma espia...
Resta-me agarrar na manta, nos chocolates, e ver os filmes onde esse ator participa, e sonhar enquanto ouço o vento a queixar-se, e a chuva a lavar...

P.S- Este texto é dedicado, á queridíssima escritora Srª Alice Viera, eu sei que as hipóteses de o ler são tão remotas como de eu voltar a encontrar o desconhecido sensual.
Pessoal eu ontem tive o enorme privilegio de conversar uns minutos com uma das minhas escritoras preferidas eu falei-lhe do blogue, ( e cometi logo uma gafe, não fosse eu a rainha das cenas tristes) mas tirando isso que espero que a Srª Alice Vieira esqueça,  não era para ela, foi a força do habito...
Tirando essa minha gafe, foi dos momentos mais felizes da minha vida.
Uma escritora tão completa e tão acessível.
Obrigada vida, ás vezes compensas-nos com estes pequenos milagres, obrigada, Srª Alice Vieira por alargar o meu minúsculo mundo, e se houver a remota hipótese de ler este texto, espero que goste, pois tal como lhe disse a Srª é uma grande inspiração para mim...
BEIJÓCAS LAROCAS DA VOSSA SISSI...